Minha alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda a minha vida
Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando me dizem isso toda graça
De uma boca divina fala em mim:
De olhos postos em ti,
Digo de rastro,
Podem voar mundo, morrer astros
Que tu és como deus: princípio e fim.
(FLORBELA ESPANCA)
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Escreve, que eu te leio...