
"'Estou apaixonado? - sim, pois espero.' O outro não espera nunca. Às vezes, quero representar aquele que espera; tento me ocupar em outro lugar, chegar atrasado; mas nesse jogo perco sempre: o que quer que eu faça, acabo sempre sem ter o que fazer, pontual, até mesmo adiantado. A identidade fatal do enamorado não é outra senão: sou aquele que espera."
(BARTHES,Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1981. p.15)