LEI DA RELATIVIDADE

Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

sábado, 28 de julho de 2007

Diálogo* em Linha Reta

Fernando Pessoa's Blues ********(Velhas Virgens)

Eu nunca soube de alguém derrotado;
nunca ouvi ninguém dizer que perdeu.
Todo mundo só se dá bem na vida
e o único babaca sincero sou eu...

Eu sou a escória dos trigos;
eu sou a rapa dos tachos
(...)
O comandante supremo
do exército dos derrotados;
por isso, tome cuidado!

Nunca soube de alguém enganado;
nunca ouvi ninguém dizer que doeu:
todo mundo só faz coisas perfeitas
e o único errado, atrasado sou eu!

Tenho raiva desses falsos heróis
que não conhecem o gosto da lona;
estão em casa folheando jornais
"entrincheirados" dentro da poltrona...

eu sou o comandante supremo
do exército dos derrotados;
por isso, tome cuidado:
eu posso estar ao seu lado.


Fernando P. Poema em Linha Reta (texto I...ehehhe)


(*no sentido bakhtiniano** do termo...)
** Mikhail Bakhtin, "lingüista" russo, ou "filósofo da linguagem". Sua teoria lingüística (ou filosofia da linguagem) é quase que uma "trans-lingüística" porque vai além da visão de língua como "sistema", fechado e absoluto. Para ele, não se pode entender a língua isoladamente, pois qualquer análise lingüística deve incluir fatores extra-lingüísticos como contexto da fala, a relação do falante com o ouvinte, momento histórico, dialogismo, etc.
A questão do diálogo na obra desse teórico é complicada para se definir num blog... mas arriscando ser morta a LIVRADAS, vai aí uma definição tosca: toda enunciação é uma resposta a outra enunciação, que gera, por sua vez, uma outra enunciação e, por aí vai... Pronto: está aberta a infinita cadeia responsiva (de resposta!?!?!... )
Isso equivale a dizer que "uma coisa leva à outra" (nooossa, agora eu apelei...) Quando isso começou? ah! filho (a).... desde sempre... vê só:
" Não há uma palavra que seja a primeira ou a última e não há limites para o contexto dialógico (ele se estira para um passado e um futuro ilimitados) . Mesmo os sentidos passados não podem nunca ser estabilizados (...) eles sempre se modificarão (serão renovados) no desenrolar subseqüente e futuro do diálogo (...); eles serão relembrados e receberão vigor numa forma renovada (num contexto novo). Nada está morto de maneira absoluta: todo sentido terá seu festivo retorno. O problema da grande temporalidade." (Bakhtin, M. Apud Faraco, 2003: p. 52)
Antes de me crucificarem, coloco que essas pobres linhas (exceto a citação, claro) "grosso modo" (coloque grosso modo nisso...eheh!) são só pra "localizar" o leitor leigo... Não vou discutir "teoria" no blog, se não os parcos, poucos, escassos, raros e amados leitores me abandonam de vez!!! Além do mais, estou na minha 3ª latinha e já não tenho condições de raciocinar...heheh!
ÉFE, U, I.

Eu, Macunaíma

***AI, QUE PREGUIIIIÇA!!!!

Escreve, que eu te leio!!

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